A resposta mais curta para essa questão é que sim, o sabor e o cheiro dos alimentos mudam quando envelhecemos. E isto é um processo absolutamente normal do envelhecimento.
Por diversas alterações fisiológicas lentas e graduais, uma porcentagem significativa de idosos, cerca de 30% daqueles entre 70 e 80 anos, perdem sensibilidade do paladar e do olfato. Essas alterações, inclusive, afetam não apenas nossa capacidade de sentir sabores e cheiros, mas também o processo de digestão, pois através dos aromas captados pelos receptores olfativos, o nosso cérebro normalmente já estimula a produção de ácido clorídrico no estômago, a liberação de saliva na boca e o aumento da mobilidade intestinal.
Por ter menos sensibilidade ao sabor e cheiro dos alimentos, além de ter menos prazer na alimentação, muitos idosos aumentam a utilização de sal na comida por achar que ela está “sem graça”. Entretanto, é preciso tomar muito cuidado com isso, pois o consumo elevado de sal pode potencializar problemas de saúde já presentes como a hipertensão arterial e a insuficiência renal – a nossa dica é tirar o saleiro da mesa na hora de alimentação para evitar essa situação.
Para dar mais sabor aos alimentos para idosos e evitar o consumo excessivo de sal, uma boa estratégia é utilizar mais ervas aromáticas como orégano, manjericão, alecrim, e salsão, inclusive, substituindo o sal do saleiro por elas. Temperos frescos como cebola, alho, gengibre, salsa, cebolinha e outros também são muito importantes pelo sabor e aroma que trazem à comida. E se a pessoa idosa puder consumir, gorduras saudáveis como óleo de coco, azeite de oliva e óleo de dendê também podem ser acrescidos à preparação, pois trazem sabor ao alimento.